e Dr. Iara Nely Fiks ( ifiks@uol.com.br ) (*)
Quantos erros existem na seguinte afirmação: “ a asma de Fulano curou depois que ele começou a nadar...”
Se você identificou dois erros gritantes, estou satisfeito, pode pular este tópico da newsletter, agora, se você achou normal tal afirmativa, se prepare pois preciso, urgentemente, mudar seus conceitos...
A asma é uma doença inflamatória dos pulmões que se caracteriza por uma reação alérgica das vias aéreas a determinados estímulos, causando uma limitação ao fluxo de ar. Esses estímulos costumam ser: poeira, ácaro, mofo, irritantes químicos, mudanças climáticas, infecções (gripes) e exercício físico.
Exercício?!
Isso mesmo...
Na maioria dos casos, a doença se manifesta na infância e ocorre uma melhora espontânea na adolescência, porém a asma pode iniciar em qualquer idade, sendo caracterizada por episódios repetidos de tosse, aperto no peito, chiado e falta de ar, principalmente noturnos. Mas para apresentar tal doença, é necessário que exista uma predisposição genética e uma exposição ambiental aos diversos fatores desencadeantes.
Tudo bem... mas o que tem haver a asma com a natação?
Os nadadores são diariamente expostos a diversos fatores desencadeantes da doença. Além do exercício vigoroso, as condições de treinamento, piscinas tratadas com cloro, ambientes úmidos, alterações freqüentes de temperatura corporal, infecções respiratórias e o “estresse” habitual de um atleta, contribuem para a agressão continuada das vias respiratórias.
Bom DOC, então você esta dizendo que a natação pode piorar a asma?
Em parte sim, mas a idéia principal deste texto é outra... A natação sempre foi “receitada” como tratamento para a asma e a bronquite, acreditando que o esporte poderia aumentar a capacidade pulmonar do praticante. Porém, os estudos falharam em demonstrar a melhora da função pulmonar ou a retirada dos medicamentos após um período de treinamento. O que quer dizer que muitos nadadores estão nadando com a função pulmonar abaixo do normal, ou seja, tem asma, não estão tratando e pior, estão nadando aquém do que poderiam por causa da doença.
Como assim DOC?! Você esta dizendo que posso ter asma e nem saber que tenho? Correto. Se a incidência na população geral gira em torno de 21% de asmáticos, provavelmente entre os nadadores, em virtude desta idéia de cura, esse número deve ser bem maior...
Mas como...se eu consigo treinar todo dia, sou campeão brasileiro da minha categoria entre outras coisas?
Justamente, os asmáticos graves ou os de difícil controle, dificilmente conseguem treinar, sendo fácil o diagnóstico da doença. O maior problema está nos asmáticos leves e moderados, que por desconhecimento, ou mesmo por preconceito, por parte do atleta, dos treinadores e dos familiares, convivem marginalmente com a doença, tentando diariamente se adaptar, sem necessidade, aos sintomas.
O que quero que entendam é fácil...Primeiro: não se cura asma e sim, se controla a doença tal qual outras alergias como a rinite alérgica. Segundo: a natação não serve para o controle da doença, ela serve para muitas outras coisas (desenvolvimento físico, desenvolvimento psico-social etc) mas não para a asma!!!
A asma é controlada por remédios específicos para a doença e, esse controle, pode implicar diretamente em melhores tempos, melhores parciais de treinamentos, mais medalhas e, principalmente, melhor qualidade de vida.
Por isso, faço questão que todos nadadores do Esporte Clube Pinheiros, façam o teste de função pulmonar e, sempre, como campeões que são, carreguem esta idéia para outros lugares. A asma é uma doença tranqüila quando corretamente diagnosticada e controlada. Um grande abraço e até breve.
O tratamento medicamentoso da asma em atletas de alto rendimento não só é permitido como totalmente recomendado. O uso de medicamentos para asma em atletas normais não melhora a performance. Por outro lado, sabe-se que atletas asmáticos não controlados estão competindo em desvantagem
---Se você identificou dois erros gritantes, estou satisfeito, pode pular este tópico da newsletter, agora, se você achou normal tal afirmativa, se prepare pois preciso, urgentemente, mudar seus conceitos...
A asma é uma doença inflamatória dos pulmões que se caracteriza por uma reação alérgica das vias aéreas a determinados estímulos, causando uma limitação ao fluxo de ar. Esses estímulos costumam ser: poeira, ácaro, mofo, irritantes químicos, mudanças climáticas, infecções (gripes) e exercício físico.
Exercício?!
Isso mesmo...
Na maioria dos casos, a doença se manifesta na infância e ocorre uma melhora espontânea na adolescência, porém a asma pode iniciar em qualquer idade, sendo caracterizada por episódios repetidos de tosse, aperto no peito, chiado e falta de ar, principalmente noturnos. Mas para apresentar tal doença, é necessário que exista uma predisposição genética e uma exposição ambiental aos diversos fatores desencadeantes.
Tudo bem... mas o que tem haver a asma com a natação?
Os nadadores são diariamente expostos a diversos fatores desencadeantes da doença. Além do exercício vigoroso, as condições de treinamento, piscinas tratadas com cloro, ambientes úmidos, alterações freqüentes de temperatura corporal, infecções respiratórias e o “estresse” habitual de um atleta, contribuem para a agressão continuada das vias respiratórias.
Bom DOC, então você esta dizendo que a natação pode piorar a asma?
Em parte sim, mas a idéia principal deste texto é outra... A natação sempre foi “receitada” como tratamento para a asma e a bronquite, acreditando que o esporte poderia aumentar a capacidade pulmonar do praticante. Porém, os estudos falharam em demonstrar a melhora da função pulmonar ou a retirada dos medicamentos após um período de treinamento. O que quer dizer que muitos nadadores estão nadando com a função pulmonar abaixo do normal, ou seja, tem asma, não estão tratando e pior, estão nadando aquém do que poderiam por causa da doença.
Como assim DOC?! Você esta dizendo que posso ter asma e nem saber que tenho? Correto. Se a incidência na população geral gira em torno de 21% de asmáticos, provavelmente entre os nadadores, em virtude desta idéia de cura, esse número deve ser bem maior...Mas como...se eu consigo treinar todo dia, sou campeão brasileiro da minha categoria entre outras coisas?
Justamente, os asmáticos graves ou os de difícil controle, dificilmente conseguem treinar, sendo fácil o diagnóstico da doença. O maior problema está nos asmáticos leves e moderados, que por desconhecimento, ou mesmo por preconceito, por parte do atleta, dos treinadores e dos familiares, convivem marginalmente com a doença, tentando diariamente se adaptar, sem necessidade, aos sintomas.
O que quero que entendam é fácil...Primeiro: não se cura asma e sim, se controla a doença tal qual outras alergias como a rinite alérgica. Segundo: a natação não serve para o controle da doença, ela serve para muitas outras coisas (desenvolvimento físico, desenvolvimento psico-social etc) mas não para a asma!!!
A asma é controlada por remédios específicos para a doença e, esse controle, pode implicar diretamente em melhores tempos, melhores parciais de treinamentos, mais medalhas e, principalmente, melhor qualidade de vida.
Por isso, faço questão que todos nadadores do Esporte Clube Pinheiros, façam o teste de função pulmonar e, sempre, como campeões que são, carreguem esta idéia para outros lugares. A asma é uma doença tranqüila quando corretamente diagnosticada e controlada. Um grande abraço e até breve.
O tratamento medicamentoso da asma em atletas de alto rendimento não só é permitido como totalmente recomendado. O uso de medicamentos para asma em atletas normais não melhora a performance. Por outro lado, sabe-se que atletas asmáticos não controlados estão competindo em desvantagem
(*) Dra Iara Fiks é autora do livro "Asma no Esporte" além de mãe da nadadora Julia Fiks Salem (Infantil)
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