"Ombro Doloroso do Nadador"
O ato de nadar é relatado desde os tempos da Grécia e Roma antiga. Platão escreveu que “o homem que não sabe nadar não é educado”. Com a evolução dos tempos, crescente número de pessoas utiliza a natação como esporte, visando manutenção da preparação física, recreação ou competição.
Pesquisa recente, coloca a natação como o terceiro esporte mais praticado pelo brasileiro, estando atrás apenas do futebol e do vôlei. Este dado, além de nos deixar satisfeitos, nos dizem que cada vez mais, problemas clínico-ortopédicos relacionados ao esporte aquático irão aparecer nos consultórios médicos e fisioterápicos de todo país.
A queixa de dor nos ombros é freqüente em inúmeras modalidades esportivas, como voleibol, judô e ginástica olímpica; porém, na natação, a incidência de queixas dolorosas, que diminuem o rendimento esportivo ou determinam o afastamento do atleta, parece estar aquém dos outros esportes.
A alta prevalência de um tipo específico de lesão nos ombros de nadadores (síndrome do impacto), levou, em 1974, dois médicos estrangeiros chamados Kennedy e Hawkins a denominarem todo quadro doloroso devido a lesão tendínea dos músculos formadores do manguito rotador dos ombros ,diretamente relacionado com a prática da natação, de “ombro do nadador”.
Fig.1: Articulação do ombro em formato de xícara e pires raso entre o úmero (osso do braço) e a fossa glenóide (superfície articular da escápula). Na figura observa-se os ligamentos que dão sustentação estática a tal articulação.
Fig.2: Músculos do Manguito Rotador. Tais músculos dão estabilidade dinâmica aos movimentos da articulação do ombro.
As pesquisas médicas indicam que cerca de 5% a 80% das pessoas que praticam natação já apresentaram tal dor no ombro e, mais preocupante, quando analisados somente os atletas de elite este número chega a mais de 90%. Mas o que isso nos quer dizer? Que quanto mais uma pessoa nada, maior a sua chance de desenvolver tal lesão nos ombros.
Outros fatores além do treinamento árduo também estão relacionados com o “ombro do nadador”, são eles: erros de técnicas durante a mecânica da braçada, presença de maior frouxidão dos ligamentos articulares, uso excessivo de palmares e, principalmente, a convivência diária com a dor, correlacionando (absurdamente!!!) dor com melhor desempenho esportivo.
Inúmeros tratamentos foram propostos para tal dor nos ombros: anti-inflamatórios, gelo pós –treino, fisioterapia analgésica e, até mesmo, cirurgias ortopédicas de reparação dos tendões acometidos. Contudo, é consenso na literatura médico-científica que a prevenção é a melhor forma de se abordar o “ombro do nadador”.
Vamos juntos pensar: eu sou um nadador que treino todos os dias (as vezes até duas vezes por dia), por isso minha chance de apresentar dores nos ombros é grande. Se, por acaso, eu tiver dor no ombro, vou piorar minhas parciais, vou sair no meio do treino por causa da dor, não vou conseguir competir e, pior, vou ficar semanas sem treinar para poder tratar meu ombro. Por isso me respondam se não é melhor: perder meros minutos antes do treino para fortalecer a musculatura do ombro que ficar engolindo a dor quieto?
A natação competitiva vive hoje o ápice do desenvolvimento tecnológico: maiôs, toucas, óculos, suplementos... porém, de nada adianta tanta tecnologia se a máquina do corpo humano não estiver funcionando em perfeitas condições.
Assim, um bom fortalecimento da musculatura do ombro (gente não é apenas musculação, é fortalecimento específico da musculatura do manguito), uma boa seqüência de alongamentos e, principalmente, saber compreender que a dor é um aviso de seu corpo que algo não está legal e, que se você não souber parar, logo sua máquina vai quebrar, é ainda a melhor maneira de se combater o “ombro do nadador”. Por isso, não deixem de fazer diariamente a “borrachinha” antes dos treinos, não esqueçam de toda série de alongamentos e prestem, sempre, muita atenção em todos os movimentos que executam dentro e fora da água. Por enquanto é só, nos vemos na beira da piscina – quer dizer eu na beira e vocês dentro d’água, a não ser aqueles que estiverem com dor no ombro.
Bons treinos a todos e sucesso.
O ato de nadar é relatado desde os tempos da Grécia e Roma antiga. Platão escreveu que “o homem que não sabe nadar não é educado”. Com a evolução dos tempos, crescente número de pessoas utiliza a natação como esporte, visando manutenção da preparação física, recreação ou competição.
Pesquisa recente, coloca a natação como o terceiro esporte mais praticado pelo brasileiro, estando atrás apenas do futebol e do vôlei. Este dado, além de nos deixar satisfeitos, nos dizem que cada vez mais, problemas clínico-ortopédicos relacionados ao esporte aquático irão aparecer nos consultórios médicos e fisioterápicos de todo país.
A queixa de dor nos ombros é freqüente em inúmeras modalidades esportivas, como voleibol, judô e ginástica olímpica; porém, na natação, a incidência de queixas dolorosas, que diminuem o rendimento esportivo ou determinam o afastamento do atleta, parece estar aquém dos outros esportes.
A alta prevalência de um tipo específico de lesão nos ombros de nadadores (síndrome do impacto), levou, em 1974, dois médicos estrangeiros chamados Kennedy e Hawkins a denominarem todo quadro doloroso devido a lesão tendínea dos músculos formadores do manguito rotador dos ombros ,diretamente relacionado com a prática da natação, de “ombro do nadador”.
Fig.1: Articulação do ombro em formato de xícara e pires raso entre o úmero (osso do braço) e a fossa glenóide (superfície articular da escápula). Na figura observa-se os ligamentos que dão sustentação estática a tal articulação.
Fig.2: Músculos do Manguito Rotador. Tais músculos dão estabilidade dinâmica aos movimentos da articulação do ombro.
As pesquisas médicas indicam que cerca de 5% a 80% das pessoas que praticam natação já apresentaram tal dor no ombro e, mais preocupante, quando analisados somente os atletas de elite este número chega a mais de 90%. Mas o que isso nos quer dizer? Que quanto mais uma pessoa nada, maior a sua chance de desenvolver tal lesão nos ombros.
Outros fatores além do treinamento árduo também estão relacionados com o “ombro do nadador”, são eles: erros de técnicas durante a mecânica da braçada, presença de maior frouxidão dos ligamentos articulares, uso excessivo de palmares e, principalmente, a convivência diária com a dor, correlacionando (absurdamente!!!) dor com melhor desempenho esportivo.
Inúmeros tratamentos foram propostos para tal dor nos ombros: anti-inflamatórios, gelo pós –treino, fisioterapia analgésica e, até mesmo, cirurgias ortopédicas de reparação dos tendões acometidos. Contudo, é consenso na literatura médico-científica que a prevenção é a melhor forma de se abordar o “ombro do nadador”.
Vamos juntos pensar: eu sou um nadador que treino todos os dias (as vezes até duas vezes por dia), por isso minha chance de apresentar dores nos ombros é grande. Se, por acaso, eu tiver dor no ombro, vou piorar minhas parciais, vou sair no meio do treino por causa da dor, não vou conseguir competir e, pior, vou ficar semanas sem treinar para poder tratar meu ombro. Por isso me respondam se não é melhor: perder meros minutos antes do treino para fortalecer a musculatura do ombro que ficar engolindo a dor quieto?
A natação competitiva vive hoje o ápice do desenvolvimento tecnológico: maiôs, toucas, óculos, suplementos... porém, de nada adianta tanta tecnologia se a máquina do corpo humano não estiver funcionando em perfeitas condições.
Assim, um bom fortalecimento da musculatura do ombro (gente não é apenas musculação, é fortalecimento específico da musculatura do manguito), uma boa seqüência de alongamentos e, principalmente, saber compreender que a dor é um aviso de seu corpo que algo não está legal e, que se você não souber parar, logo sua máquina vai quebrar, é ainda a melhor maneira de se combater o “ombro do nadador”. Por isso, não deixem de fazer diariamente a “borrachinha” antes dos treinos, não esqueçam de toda série de alongamentos e prestem, sempre, muita atenção em todos os movimentos que executam dentro e fora da água. Por enquanto é só, nos vemos na beira da piscina – quer dizer eu na beira e vocês dentro d’água, a não ser aqueles que estiverem com dor no ombro.
Bons treinos a todos e sucesso.
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